quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Change comes...


Eu não gosto muito de mudanças. Não é que eu não consiga me adaptar a elas, sabem, eu consigo, realmente consigo. Mas me incomodam e eu fico séculos me recusando a aceitar a mudança até que eu finalmente tenho que jogar os braços pro alto e me render. Principalmente se a mudança for em mim mesma.

Eu mudei tanto - eu continuo mudando tanto - ao longo desse tempo, mas eu nunca quis isso. Por mim, eu ainda seria a mesma pessoa que eu era com 14 anos. Eu ainda seria quieta, falaria pouco, aceitaria tudo, ouviria metal, escreveria poesias, desenharia, seria inocente. Mas quando eu olho para mim mesma agora, eu não sou mais nada disso. Eu ainda sou tímida. Mas depois que me acotumo com as pessoas, eu viro uma matraca, não paro quieta, sou irritante; já estou começando a falar "não" mais vezes, poesia me dá sono, não consigo mais segurar o lápis direito para desenhar, consigo ver maldade em frases totalmente cotidianas ("quem quer experimentar meu miojo?"), não consigo mais ouvir Iron Maiden sem sentir dor de cabeça. Antes eu não dançava, agora é só eu estar sozinha que começo a dançar a qualquer música que eu esteja ouvindo.

Eu não sei se queria isso. É verdade que eu acho que agora as pessoas abusam bem menos de mim. É verdade que agora eu tenho menos medo de fazer o que gosto. É verdade que agora eu tenho menos medo de dizer "sim, eu gosto disso, pense o que quiser". É verdade que agora eu me divirto mais, que dou mais risada. Mas também é verdade que eu mudei. E às vezes eu tenho medo de que as pessoas que me conheceram antes não me queiram mais. Porque se tem uma coisa que nunca vai mudar em mim é a necessidade de que meus amigos gostem de mim - porque eu sei que continuaria os amando mesmo que eles não falassem mais comigo - eu ainda me apego fácil demais às pessoas.

Então, pra vocês que me conheceram antes, tem problema? Tem problema que agora eu não ouça mais rock pesado? Tem problema que eu ouça k-pop? Tem problema que eu ouça j-rock? Tem problema que eu vire a cara para qualquer poesia que eu vir? Tem problema que eu já não seja mais tão filosófica quanto já fui? Tem problema que eu já não seja a mesma Fernanda de antes?

Eu espero que não. Porque sabem, não é nada disso que diz quem eu sou. São vocês. Enquanto vocês estiverem do meu lado, eu vou ser eu mesma. Então, por favor, eu só peço que tentem me aceitar, mesmo que eu não seja mais a mesma.


Primeiro post de 2011 saiu bem filosófico, hein. R I S O S. -qq *apanha*