sábado, 27 de março de 2010

The Hero doesn't save



O olhas com raiva e nojo, no alto de tua fúria. O odeias. O odeias por ter matado teu amado Patroclus. Porém, não podes negar, ele tem um rosto belo e um corpo másculo e forte que lhe é tentador.

(Seu corpo tem gosto de pecado, de sangue, de tragédia. Amas tudo isso.)

Tu o matas. Tu o espancas. Tu descontas nele toda tua cólera. E no fim, percebes que aquilo não lhe fará nada. Percebes que ele foi a vítima. Mas não te sentes culpado. O odeias.

(Talvez, o tenhas amado naqueles instantes que segurou aquele corpo de encontro ao teu e o saboreou. Talvez o ames agora. Mas não o amaste quando o matavas.)

Amavas teu amigo demais, e ele o tirou de ti. Mas ele era trágico. Ele não estava lá por querer, estava? Nem tu. Tu estavas lá porque eras um herói. Um herói, e mesmo assim foste tão cruel com ele.

(Mas orgulhas-te por tê-lo matado, caso contrário, não terias como possuí-lo.)

Quando acabas com ele, limpas o sangue de teu corpo, apesar de ainda senti-lo. Olhas para o alto, pensa nos deuses. Estão furiosos, porém não entendem. Tu não eras o herói - tu eras o guerreiro. Ele não era a vítima - ele era teu prêmio.

Abaixas a cabeça, voltas para a guerra. Que os deuses o levem em paz.

(Sabes que ele merece.)
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O que me deu pra escrever uma Aquiles/Heitor, com direito a necrofilia e tudo? Não sei. Juro que não sei. Culpem a faculdade.

2 comentários:

Schneewittchen disse...

"Tu não eras o herói - tu eras o guerreiro. Ele não era a vítima - ele era teu prêmio."
Não digo mais nada, ó, grande nova gênia da literatura brasileira.

Saki (Duende Junior) disse...

A faculdade tem culpa de mais uma fanfic deliciosa? Uma salva de palmas pra ela, então u_u

Relacionamentos entre guerreiros da Antiguidade são tão amor e zz

"(Seu corpo tem gosto de pecado, de sangue, de tragédia. Amas tudo isso.)"
E EU SOU FODA DEMAIS <3 /interna

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